Da Redação
Maria Moura
Em assembleia geral realizada na noite desta segunda-feira (06), estudantes da Uespi de Picos optaram por retornar às aulas. A decisão é estratégica, afirma movimento estudantil.
Paralisados há mais de três semanas como forma de manifestar o repúdio à atual situação da Uespi, em especial o campus da instituição na cidade de Picos, os estudantes decidiram que é hora de dar uma pausa e retomar as atividades acadêmicas.
Foram 26 dias sem assistir aula e mais de uma dezena de protestos, reuniões e manifestações. Os acadêmicos chamaram a atenção da mídia para denunciar a situação na qual se encontram: seis cursos denegados pelo Conselho Estadual de Educação; biblioteca com acervo mínimo e desatualizado; falta de professores efetivos; de material didático; de material de expediente; e o principal, a conclusão da reforma do campus, iniciada em 2008 e atualmente paralisada. A obra foi condenada pelo Conselho Regional de Arquitetura (Crea) e será demolida.
A decisão dos alunos de paralisar as aulas veio após os professores da Uespi deflagrarem greve geral em todo o estado. O apoio dos alunos aos professores fortaleceu o SOS Uespi, movimento iniciado no final de 2010. Unidos pelas redes sociais, estudantes reagiram à declaração do governador Wilson Martins de que o problema da Uespi “é café pequeno.”
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Audiência com governador Wilson Martins |
Em Picos, o movimento SOS Uespi levou os estudantes às ruas mais de uma vez. Passeata pelo centro da cidade, velório simbólico da instituição, assembleias, fechamento da BR-316, reuniões com o governador, com o reitor Carlos Alberto, com deputados e senadores: os “incansáveis”, como passaram a ser chamados, não ficaram quietos.
E, segundo representantes do movimento estudantil, vão continuar lutando por uma universidade de qualidade. A volta às aulas é uma forma que os alunos encontraram de não perder o período e diminuir o prejuízo acadêmico. Mas a pressão vai continuar, as ações em conjunto com estudantes da Uespi em todo o estado, também.
A greve geral dos professores continua. Como em Picos nem todos aderiram ao movimento, o retorno às aulas vai acontecer normalmente, exceto nas disciplinas ministradas por docentes que continuam paralisados.
Fonte: Maria Moura