
Entrevista com Roberto Borges
Pastor Evangélico, fotógrafo, Cinegrafista, Editor, Técnico de Informática e Cineasta. Essas são as qualificações capacitivas de Roberto Borges Cândido. Com cinco filmes, entre eles, dois documentários e três longas, com conteúdos educacionais e evangelísticos que são: histórico da cidade de São José do Piauí, histórico da Assembleia de Deus em São José do Piauí, Marcas do Passado e Marcas do Passado a Continuação e seu mais recente trabalho Raízes do Certão. “Quando criança sonhava em fazer filmes”.
01 . SJ - Como surgiu o projeto RSFilmes?
Um sonho, uma obstinação que sempre existiu em mim desde criança. Quando comprei minha primeira câmera, tinha 16 anos de idade, mas somente aos 37 anos resolvi colocar em pratica um desejo que havia em mim. Comecei produzir documentários, mas vi que o meu forte era produzir um filme e no ano de 2009 gravei meu primeiro filme que produzi com um grande carinho e dedicação, o resultado me motivou e os projetos seguem e Graças a Deus tem dado certo.
02. SJ - “Quando criança sonhava em fazer filmes”. O sonho de criança está realizado?
Um sonho de criança sempre é audacioso, em parte, este sonho parece está realizado mas ao mesmo tempo sinto que ainda existe algo a ser conquistado.
03. SJ - Qual foi a maior dificuldade em seus longas?
Produzir um filme é uma tarefa difícil. Tudo é complicado. Mas o ponto mais difícil pra mim foi no primeiro trabalho onde tive que ganhar a confiança de pessoas para se exporem em um projeto inédito em nossa região. A grande pergunta era, será se vai dar certo? Meus argumentos teriam que ser convincentes para que os convidados aceitassem a proposta. Muitos não tiveram coragem e disseram não, não posso, não sei se vai dar certo! Outros desistiram nas primeiras cenas e, ter que manter o projeto diante de desconfiança e desistência não foi nada fácil. Gastei muito tempo nos intervalos de gravação conversando e motivando o pessoal para não desistir do projeto... Ouviam-se os cochichos, que tal projeto não iria dar certo, criticas e mais criticas. Foi difícil! Por pouco não desisti. Então, pra mim este foi o ponto mais difícil em toda trajetória, bem verdade, que tivemos outras dificuldades como a falta de dinheiro, o material pouco para gravar em cidades grandes como Fortaleza, o medo de ser assaltado nas ruas escuras. Enfim, muitas dificuldades foram superadas nas gravações dos três longas já produzidos.
04. SJ - O seu próximo trabalho será decido pelo público no site www.rsfilmes.com, no qual, a porcentagem de votos prevalece para Raízes do Sertão 3. A que você atribui esse reconhecimento?
Resolvi apelar para o publico (a quem atribuo o nosso sucesso). Quanto a minha próxima produção, havia em mim um desejo de produzir um filme bem diferente da linha que venho seguindo, mas temia ao sentir o carinho do público por esta saga que já tem mais de 450 minutos na película. Daí, resolvi ser democrático e devo atingir outros meios de análise para então seguir a próxima produção.
05. SJ - Que critérios foram utilizados para a escolha dos atores?
Mediante a escassez de atores ou de quem tivesse coragem de fazer parte de um projeto audacioso, não tive condição de estabelecer critérios para uma audição em selecionar um elenco. Na verdade, tive que ter olho de águia pra vê o talento em alguém e propor o plano mediante a própria desconfiança da pessoa que não se achava capaz para tal obra. Minha proposta teria que dar aos convidados a certeza que o mesmo serviria para tal obra, e assim, foi com quase todos os atores do filme. E o ponto positivo de tudo isso é que mediante todos aqueles que convidei, tive um acerto de mais de 80%. Foram poucos que não desenvolveram na proporção que desejava, mas tudo deu certo.
06. SJ - A pirataria contribui ou desfavorece?
A pirataria só atrapalha. Primeiro, nos impede de vender na proporção que merecíamos, segundo, eles gravam em sistema de arquivo que tira a qualidade das imagens pelo fato de muitas vezes compactar as imagens pra incluir vários filmes em uma só mídia, e terceiro, eles mudam as capas e inclui outros temas de filme, gravam misturado com outras produções ruins e isso termina incluindo tudo, como se todos que fazem filme amadores são iguais, sendo que, existem alguns filmes por ai que fazem até vergonha chamar de filme. Um dia alguém disse pra mim que se não fosse a pirataria os meus filmes não tinham nem saído de São José do Piauí. Eu discordei completamente porque, o sucesso do filme quem faz não é a pirataria e sim o bom conteúdo incluso no filme. Um filme ruim, nem que seja Americano, jamais fará sucesso porque a pirataria vende, na verdade é a pirataria quem explora o sucesso do filme.
07. SJ - A cultura é um dos temas mais trabalhados em seus longas, como você a analisaria em nossa cidade?
São José do Piauí ainda esta devendo no que se diz respeito a preservar nossa cultura. Lamento ter que ter ido a cidades vizinhas para mostrar centros culturais por não existir em nossa cidade espaços como esse. Minha idéia quando iniciei Raízes do Sertão era construir pelo menos um cenário para inserir no filme. Busquei fontes, precisei de ajuda, de arquivos, de um espaço, e confesso que senti muita dificuldade para desenvolver essa idéia. Daí, apelei pra outras cidades.
Nossa cidade possui um museu a céu aberto, criado por Deus. No primeiro filme, procurei mostrar nossas belezas naturais como, os três irmãos, as inscrições rupestres e Graças a Deus, foi bem divulgado. Já em Raízes do Sertão, precisei de centros culturais, engenhos, objetos antigos, mas foi muito difícil. Espero que nossa cidade possa melhorar na preservação de nossa cultura.
Bônus - O que devemos esperar dos novos trabalhos?
Irei tentar e vou me esforçar para melhorar a cada dia. Espero que possamos fazer um filme com mais qualidade e melhor desenvoltura. Só uma coisa gostaria de preservar ‘’a naturalidade’’. Sempre quero preservar em meus filmes a simplicidade. Nada de técnicas Hollywoodianas, nem efeitos computadorizados. Desejo continuar com a mesma naturalidade.
Bônus - Um fato curioso nas gravações.
A queda de Zezão... (risos). Na verdade, tínhamos combinado para que ele corresse o suficiente para demonstrar pânico, jamais daria ordem pra ele cair, ate porque temia uma fratura, coisa assim, mas de repente lá foi Zezão descambando e terminou em uma queda descontrolada. ‘’Meu Deus’’ (risos), gritei preocupado, você ta bem? Perguntei, e ele demorou responder. Logo fiquei temendo, mas na verdade ele estava mesmo era se acabando de rir, e graças a Deus nada de mais aconteceu, e cujo fato se tornou na cena mais engraçada do filme.
Bônus - Deixe sua mensagem aos leitores.
Em primeiro lugar, agradeço a você David por ter lembrado de mim para uma matéria neste blog. E desejo muito sucesso a você. Agradeço a todos os leitores que já conhecem o nosso trabalho, aos patrocinadores, aos fãs e aos simpatizantes desta obra. Desejo muitas felicidades a todos vocês... e, até a próxima.